domingo, 30 de janeiro de 2011


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Tinha tudo pra serem 10 dias comuns, o mais anormal que podia acontecer era a gente dar de cara com nossas mães em uma das festas, na esquina de casa comprando o pão ou sendo paquerada por um coroa em Luiz e Davi. Como nada disso aconteceu então tudo ocorreu como tinha que ocorrer. Mas acho que chegamos a uma conclusão de que precisamos de outros ares, porque esses dois anos no mesmo local foram cruéis conosco, esse ano que o diga. Trago lembranças boas é claro (e você também), afinal nem tudo é só choro, tem que ter riso, tem que ter vida, tem que ter música. E olhe que música foi o que não faltou viu, repertório mais variado que o desse ano, eu tô pra encontrar. Foi desde: " Comer tatu é bom ..." até "I gotta feeling ...". Não faltou nada, o que faltava a gente inventava, isso que era o bom. Preciso lembrar dos detalhes mais cômicos,(senão trágicos) que vai desde empregada divertida até “você sabe que seria fácil a madrinha dos meus filhos” (desculpa, mas essa frase marcou)ou “amor que N Ã O se repete” (soletrado mesmo, profundo). Ficar lembrando isso agora é como buscar sentido pra tudo que acontece ou aconteceu nas nossas vidas. Buscar respostas, que eu não encontro e que cansei de procurar. Acredito que não tem nada perdido, que tudo só tomou o rumo que devia tomar e pronto. A velha coisa de: "Deus escreve certo por linhas tortas". E é só por isso que nessa tronchura toda as coisas se encaixaram. Se eu tivesse que me arrepender de alguma coisa, me arrependeria de não ter passado mais 10 dias. Sinto que deixei muita coisa se perder e tenho certeza que perdi o que eu jamais imaginei que perderia. Você deve pensar assim também, afinal, estamos numa situação parecidíssima, mais uma vez né? Mas eu não quero lamentar, eu quero agradecer. O que vai realmente ficar é tudo o que de melhor nós trouxemos. Uma bebida quente, um suco ardente, uma empregada descolada, UM AMIGO DO CARAE, um estranho, um parente de seu lunga, um fã de beijo triplo, os amigos de infância, uma praçinha, muita chuva, um “intimidado”, um morcego, um sabugo de milho, uma ave, umas engenheiras civis, sol, praia, noite, gelo (por dentro e por fora), mala cheia, som alto, um apontado, um vaca, um alternativo, um quase espanhol, um chato, uma hilux e dois casos antigos que realmente ficaram pra traz mesmo! Tem tanta coisa boa pra lembrar, porque guardar somente as ruins né? Por isso que eu to colocando isso tudo, inclusive o que eu não queria lembrar, em uma das melhores páginas do meu livro, porque aí eu vou poder ler quantas vezes quiser e não cometer as mesmas tolices. É assim que se aprende, pelo menos comigo funciona (às vezes). A gente tem mais uma história pra contar pros nossos filhos. E quando eles perguntarem por que de tudo isso aí é que a gente pode responder: “Sou assim e não vou mudar...” Somos assim. E por sermos assim que tudo saiu do jeito que saiu. E somente porque eu estava com você, eu não me arrependo de nada. Afinal se até Novinha merece siiim, a gente pode merecer muito mais no nosso próximo verão, longe dos ares pernambucanos, só pra constar.

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sábado, 29 de janeiro de 2011


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Venho repetindo que terei fé, independente do que aconteça, terei sempre fé. Difícil quando as coisas inventam de despencar pro lado contrário. Quando você de repente descobre que aquela crença que te faz pedir inúmeras vezes pra que a dor acabe e a alegria reine, não ta lá essas coisas todas. Ta tudo tão trêmulo, que encontrar alguma coisa intacta seria um milagre. Você podia acreditar em tantas coisas, mas escolheu justamente acreditar no que é mais difícil de acontecer. Assim complica, pra todos os lados. Tudo bem cara, pegue sua vela, acenda e faça seu pedido. Ouvido eu tenho certeza que será, realizado aí vai depender do seu merecimento. É por isso que eu tenho fé, fé naquele cara que me permite tá aqui agora te dizendo essas coisas, por isso Deus que eu to agradecendo a dor, o choro, o medo, a alegria, o presente, a oportunidade. E ainda mais te digo, eu tenho fé e não deixarei de tê-la, Tu não permitirias, eu sei. Mas preciso te dizer que ta difícil e Tu sabes, que o mundo é ruim, que as pessoas são ruins, que eu sou ruim. Mas juro, tenho vontade de ser boa, vontade de fazer algum bem pra alguém que precise muito. Só que eu não me acho tão humana e por isso eu me calo e me guardo na minha fé (ou seria me escondo na minha fé?), de que nesse exato momento alguém ta fazendo um bem e isso ta tornando o mundo melhor, por 1 minuto, mas está. Venho pedindo e prometendo sempre as mesmas coisas. Até eu já cansei e posso até saber como não repetir isso, mas a tentação por vezes é maior e eu sou pequena, sou fraca e flexível, por isso que caiu inúmeras vezes. Mas sabe de uma coisa, é caindo 20 vezes e levantando 21 vezes mais forte, com mais vontade e com mais fé. Só que eu não quero provações, eu acredito porque acredito e pronto. Fui ensinada assim e isso é parte que me completa, me sinto inteira. Me convenço de que esse sorriso estampado, essa alegria de viver e essa vontade de que os dias sejam melhores a cada amanhecer devem valer de alguma coisa e eu deva ser especial. É, eu sou especial (alguém, fora eu, deve achar isso também). Nesse exato momento minha fé ta abalada, eu tenho medo desse novo e de viver o que eu não conheço,não gosto de me sentir desorientada e é estranho, vou dormir com essa sensação de que eu acredito, mas hoje eu não sei te dizer em que. =/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


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Acho que a gente sempre sabe quando já está na hora de fechar as portas né? Mas não ta sendo fácil, alguma coisa ta fazendo a porta emperrar, a chave trava, o trinco quebrar e ela continuar entreaberta. Aí você não sabe se deixa assim, afinal é só uma brecha mesmo ou se manda derrubar, amarrar uma corda e mandar o trator puxar até que feche com a maior força do mundo, fazendo aquele barulho que vai te dar no instante uma sensação de liberdade, eis o desejo que a porta feche e não abra nunca mais. Leva tempo, mas tem jeito. E se eu talvez mudasse de casa, lidar com outra porta aberta podia ser fácil, por outro lado podia ser igual ou até mesmo pior. Engraçado, a gente nunca sabe o que fazer quando realmente precisa fazer alguma coisa. Ou a gente não faz ou a gente faz tudo errado. Eu tinha coragem pra tantas coisas, mas acho que eu luto pra não usá-la. Falta alguma coisa, um empurrão, um grito no pé do ouvido, um estalo, um ALÔOOOOO, ACOOORDAAA PRAA VIIDAA MEENINAA! Eu devia ter notado, as coisas não mudam da noite pro dia, tanto que eu cuide, acabou que a porta ficou velha, não serve nem pras baratas. Que bom né? Já não aguentava mais esse aprendizado todo! Cuidar de portas nunca foi pra mim, não nasci pra isso.

sábado, 8 de janeiro de 2011


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Havia naquela atitude um segredo que eu desconhecia, uma vontade que eu procurava analisar de outra maneira. Cansada dessas coisas de criar falsas esperanças e acabar sempre caindo no choro, todas as vezes. Você voltou? Ou você está voltando? Pode não ser nada disso, pode ter sido somente uma atitude comum, uma atitude qualquer. Afinal, acabo por perceber que bater na porta de alguém à 1 da manhã não é nada demais, devia significar saudade de alguma coisa. Mas de quê? De quem? E mesmo sem entender, eu queria que você vinhesse e me demonstrasse que essa atitude, valeu mais do que todas as outras palavras, até mesmo do que aquelas que nunca foram ditas. A porta está aberta e não importa a hora, venha quando quiser.

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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


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Tenho um grande medo de ser sozinha.Eu sei que eu não me basto, mas até então eu consigo dominar bem essa coisa que chamam de solidão.Se é que isso tudo é realmente solidão. Palavras, livros, dvd's ou um som de Cazuza ao fundo, preenchem todo o vazio da casa, do quarto, do coração. Mas só as vezes. Tenho me apegado a todo tipo de coisa ou sentimento, dos melhores aos piores e assim tenho me sentido menos sozinha. Ando tão eu-eu-comigo que parece não ter mais espaço pra ninguém. Não faço mais coisas idiotas como antigamente, não faço mais nada como antigamente. Deve ser coisa da idade, andei amadurecendo depois de levar uma patadas da vida por cada esquina que eu virava. Mas não reclamo, eu precisava crescer mesmo, minha mãe sempre dizia isso. Até que um dia eu acordei e resolvi ser gente grande. A única coisa que não mudou é que eu continuo sozinha. Estranho ... por um momento achei que os ares do amadurecimento me trariam você, ou ele, ou aquele. Mas não me trouxeram. Por isso que escrevo, assim amenizo isso que hoje eu sei que é solidão.