terça-feira, 27 de outubro de 2009


Não fumo, bebo o quanto for necessário e quando quero me embriagar, bebo o que não é necessário também, sofro de insônia ou do que eu posso chamar melhor, aquele velho rolar na cama a espera de alguém que nunca chega. Não toco instrumento nenhum, mas até aprenderia, se tivesse um tempo, não sei dar estrela nem plantar bananeira, aliás, nem julgo necessário saber dessas coisas. Digito com dois dedos, catando milhos e daí?Minha profissão não exige que eu seja exper em computadores ou digitação. Fico ridícula tentando me equilibrar num salto alto (acho que por isso eu deixei de usa-lo s e doei pra caridade), e minhas demais habilidades são, em geral, limitadas, acho que o que faço bem mesmo É jogar o meu vôlei. Engasgo com coco ralado,com pitulito de coraçao, sempre queimo a língua com bebida quente, sou incapaz de seguir uma dieta e meus traquejos sociais beiram à falência, se é que eu tenha algo que se pode chamar de traquejos sociais. Especialista em remoer mágoas antigas e conservar mágoas novas, afastar pessoas e colecionar expectativas frustradas. Acredito demais, da nisso né?Posses: um computador que me tira do sério e um coração em desuso (enquanto Sr. Y, não chega). Ambições: 5 quilos a menos, a faculdade dos meus sonhos, independência e dinheiro, ó-bi-vio. Gosto de vinho, uísque, cerveja, pitu, água, suco, torta de limão, de chocolate, raspa de brigadeiro, lua cheia, dias nublados, friozinho, calor, filmes de verdade, filmes de mentira, conhecer lugares e pessoas, de só olhar, de nem olhar, cinema quase vazio, copo quase cheio, me sentir útil, sair sem destino, lençol fofinho, dirigir sem rumo, pagode, forró, cachorros e gatos, mas ando bem mais preferindo os cachorros mesmo. Detesto pêlos, cheiro de cigarro, dias seguintes, TPM, palhaços, papais noéis, contos de fadas, olheiras, me sentir gorda, me sentir magra, não me sentir, última página de um bom livro, ultima musica de um bom Cd, surpresas, múltipla escolha, nenhuma escolha, mentiras. Não acredito em quem não bebe, não acredito em quem diz que tem tudo, que a vida é perfeita, em atitudes altruístas, em amor de cinema, tenho medo de gente boazinha, de palavras erroneamente pronunciadas e acertadamente ouvidas, perdas necessárias, condições irreversíveis, certos pensamentos. Tenho uma fé que me mantém de pé na maioria dos meus momentos. Não gosto de quase nada em mim, se pudesse mudaria o cabelo, o corpo, os olhos, a boca, nascia de novo, mas quer saber numa contradição um tanto quanto contraditória, eu gosto de alguma coisa sim a pele boa e a memória curta. Mentira. Minha memória é imbatível. E a consciência, melhor do que nunca. Minha timidez, meu jeito de gostar em segredo e ocultar demonstrações de afeto nas entrelinhas são facilmente confundidos com arrogância, frieza ou apatia por aqueles que me conhecem pouco. E, afinal, ainda busco quem são as pessoas que, mesmo cientes de tudo isso, me aceitam assim. Prazer, eu sou Janalice Mattias, tenho 18 anos, estudante de Pedagogia, dois desejos a realizar, uma paixão pelo SPFC, outra pelo SPORT, e uma espera incessante de algo que me faça bem! E vocc, quem é? :*

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sinto falta,


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Sinto falta de você.
Mas o que sinto falta é de tudo o que é seu e que me falta.
Sinto falta de minhas faltas que em você não faltam.
Sinto falta do que eu gostaria de ser e que você já é.
Estranho jeito de carecer, de parecer amor.
Hoje, neste ímpeto de honestidade que me faz dizer,
Eu descobri minhas carências inconfessáveis que insisto em manter veladas.
Acessei o baú de minhas razões inconscientes
E descobri um motivo para não continuar mentindo.
Hoje eu quero lhe confessar o meu não amor, mesmo que pareça ser.
Eu não tenho o direito de adentrar o seu território,
Com o objetivo de lhe roubar a escritura.
Amor só vale à pena se for para ampliar o que já temos.
Você era melhor antes de mim e só agora posso ver.
Nessa vida de fachadas tão atraentes e fascinantes.
Neste tempo de retirados e retirantes, seqüestrados e seqüestradores.
A gente corre o risco de não saber exatamente quem somos.
Mas o tempo de saber já chegou.
Não quero mais conviver com meu lado obscuro
E, por isso, ouso direcionar meus braços na direção da dose de honestidade que hoje me cabe.
Hoje não quero lhe confessar meu egoísmo.
Quem sabe assim eu possa, ainda que por um instante amar você de verdade.
Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais.
Se meu querer bem é inoportuno e em hora errada.
É que hoje eu quero lhe confessar meu desatino.
Meu segredo tão desconcertante:
Ao dizer que sinto falta de você, eu sinto falta é de mim mesma.

(“Quem me Roubou de Mim?” – Padre Fabio de Melo)




Tô no momento!:/
saudade de alguma coisa, saudade de alguém!
=*

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


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Eu to jogando fora, as cartas de amor, as fotos 3x4, as declarações de ultima hora, as caixas de chocolate, tudo o que eu puder. Eu to apagando o seu numero da minha agenda, as mensagens do meu celular, os lembretes de ir te encontrar daqui a 10 minutos ou 1 hora naquela mesma praça, nem que fosse só pra conversar. Eu to esquecendo, o cheiro do seu perfume, os planos de futuro, as datas comemorativas, as juras de amor eterno. Eu to aprendendo a viver pra mim, vou começar a usar minha roupa mais bonita, sair com as amigas, dançar até não querer mais, coisas que eu não fazia sem você, mas agora eu posso, ou melhor, eu devo fazer! Eu sempre penso nas coisas com começo, meio e fim, claro que a gente nunca quer que elas acabem, mas isso sempre acontece, não tem pra onde correr. Mas me irrita profundamente a idéia de alguém dizer que acabou um namoro de 2 anos porque ele não deu certo, mas é claro que deu certo sim, por 2 anos foram os melhores momentos, mas depois disso não deu mais, entende? Há sempre lá no fundo aquela velha esperança de um recomeço, se realmente foi amor, eu acredito que tenha volta, mas sem forçar a barra. Eu to indo embora, por 2 anos e 7 dias a gente deu certo, mas agora é melhor nem mexer no que já ta quieto a um tempo. Valeu, marcou, ficou, passou, e deixou só à saudade, isso é bom, eu só to me desfazendo do que pode me fazer chorar, mas de você eu vou sempre lembrar com carinho. Vishe, a essas coisas eu dou o nome de crescimento e vou lhe dizer viu, não é nada fácil crescer, quando se descobre que não tem mais a mamãe pra resolver seus problemas, bate uma aflição. Ontem, na missa, o padre disse algo do tipo assim: ”Suas escolhas sempre terão dois lados, um bom e um ruim, mas cuidado pra não se prender no que é bom, porque isso é somente momentâneo.” Eu pensei muito nisso e acho que cheguei a velha conclusão de que nada que acontece é sem propósito e se foi desse jeito é porque tinha que ser e cabousse. Pois muito bem, quem foi que disse que ser adulto é fácil?

:*

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

... amanhã, outro dia!


De repente você chega em casa, abre a porta, joga a bolsa em um sofá da sala, se esparrama em outro, liga a televisão no canal de desenhos animados, coloca no volume mais alto e começa a assistir. Seus dias começam assim, sempre, sem mudança. Aí você grita pra sua mãe lá na cozinha:
- Mãe, faz meu café!
Aí vem sua mãe, às vezes com um humor doce, outras nem tanto, mas sempre atendendo aos seus pedidos. Ela se aproxima de você, te entrega uma xícara e umas bolachas e pronto. Depois você tem uma pilha de textos pra ler, uma pia de louças pra lavar, uma trouxa de roupas pra pôr na máquina, uma casa inteira pra varrer e passar pano e o que você faz? Grita pela sua irmã mais velha, é claro. E ela te socorre, sem reclamações, mas com aquele ar de quem vai pedir algo em troca quando você menos esperar, tudo bem, seus dias são sempre assim mesmo. Feito tudo isso, você toma seu banho, se arruma pra ir pra faculdade, espera sua mãe ajeitar seu almoço como se você fosse uma criança de 10 anos que nem pudesse se aproximar do fogão pra não correr o risco de derrubar alguma panela, faz tudo o que tem que ser feito e sai. Depois de um dia altamente corrido, você volta pra casa esperando que tudo seja absolutamente normal, que tenha ficado do jeito que você deixou, mas aí uma surpresa, mudou alguma coisa. Não to falando de um móvel a menos na sala, de uma televisão quebrada ou de uma nova cor de cortina, to falando de coisas do tipo: Ta faltando alguém que eu deixei bem aqui antes de sair. E onde está essa pessoa? Aí as noticias começam a aparecer e você começa a se chocar e a sentir medo de que algo pior possa vir, todo mundo te diz:
- Teu pai ta no hospital, ele teve uma crise assustadora e foi levado as pressas.
Com tanta informação num dia só, o que é que você faz? O dia já não é tão comum aos de sempre. O medo bate a porta e aí? Claro, você vai ouvir coisas do tipo:
- Você tem que ser forte, você precisa ajudar sua mãe nessa hora.
Mas me diga você, como é que se consegue ser forte quando se está perdendo alguém? A minha fraqueza aparece exatamente aí, na perda. Pra muitas outras coisas eu posso até saber levar, mas com a ausência, eu não consigo mesmo. Eu não fui criada pra lidar com isso e eu não gosto da idéia de ter que aprender. Aí você sai de casa, passa um dia inteiro num hospital, escuta os médicos dizendo coisas que você jamais entenderia, porque são nomes absurdamente estranhos, pra no final do dia escutar um cochico que só vai te deixar ainda mais angustiada. E o que significa? Você pensa logo, pronto... Ele vai morrer a qualquer minuto e eu tenho que ta preparada pra isso. Mas NINGUÉM sabe lidar com a morte não, comigo não seria diferente. E como você não pode fazer nada, só ficar esperando noticias, sentada naquelas cadeiras de um corredor imenso e frio, você sai deixando um pedaço lá e quando você entra em casa vê que ta tudo fora do lugar, o dia não é o mesmo e nada está do jeito que você deixou. Se acostumar com a mesmice de sempre não é nada agradável, a vida tem tantas surpresas né?E o dia acaba, você deita na cama, mas falta sempre um pedaço que não tem como preencher, mas aí eu aconselho, fecha os olhos e dorme, que amanhã é novo dia e isso não vai passar de um pesadelo de uma noite.



PAI, (yn)
vou na fé, que essa não costuma falhar.