sábado, 31 de julho de 2010




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Era estranho como ela não queria que o mês passasse, porque ela não queria mesmo. Não que Julho tivesse sido um bom mês, mas é que enfrentar agosto era sempre uma dor. E ela não sabia por que, mas sentia e sentir já era o suficiente. Tudo bem, ela sabia mesmo que era fraca, mas sabia lá no fundo que ela conseguiria, era simples, só precisava tentar. E ela não estava sozinha, ela tinha um lado esquerdo que carregava sempre com ela, longe, mas o importante é que existia. E ela agora queria falar de um amor, mas não o amor de homem e mulher, um amor diferente, um amor mais amor entende? Não, você não entende você nunca ligou pra essas coisas mesmo. Ela queria falar de tantas coisas, então decidiu que iria fazer um diário, contar dia por dia do Julho que tivera, mas não era boa com as palavras, então citava o que fora mais marcante ou mais comum, ou mais... Sei lá, citaria apenas. Esquece, deixa essas coisas de Julho pra lá, vamos pensar em Agosto. Não, não vamos pensar não, que ela já começa a sentir o nó na garganta e um tormento, distante, mas existente. É tão difícil escrever sobre alguma coisa depois de tanto tempo, que eu acho que vai ficar por aqui mesmo, um texto de nada. Ela teve o mês inteiro, mas não a coragem que precisara para só escrever. E ela continua com seu casacão, sua xícara de café, seus olhos tensos e molhados pelas lágrimas esperando amanhã, porque pra ela já chegou a hora de dar adeus a Julho e enfrentar o Agosto dos desgostos, como carinhosamente lhe foi apelidado ou como sempre foi lembrado assim, na cabeça dela.

2 comentários:

  1. Bom, se serve de consolo...somos duas pessoas que sentem as mesmas coisas e que juntas irão superar o mês do desgosto e todos os que vierem e voce é mais forte do que imagina!
    TE AMO
    besta

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